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Liderar implica apontar diariamente um conjunto de recursos numa determinada direção e esse exercício nasce de uma decisão que pondera

Elisa Almeida

Diretora geral e Presidente da direção pedagógica do Colégio CCG

Liderança numa Escola Privada

Liderar implica apontar diariamente um conjunto de recursos numa determinada direção e esse exercício nasce de uma decisão que pondera os interesses e as prioridades de quem lidera, mas também das que ativamente participam e se revêm num dado projeto.

A liderança de um projeto de educação, sobretudo com enfoque na educação pré-escolar e básica, tem a vocação de contactar diretamente com os protagonistas do futuro. Este tipo de liderança parte de uma convicção enraizada de que os resultados do nosso trabalho florescem lentamente, mas rapidamente se tornam perenes.

Aqueles que por opção escolhem uma escola privada acreditam que para além da qualidade que esperam usufruir desde logo no dia-a-dia, estão, essencialmente, a realizar um investimento no futuro dos filhos. Hoje o acesso à informação é mais fácil, pois qualquer um se torna autodidata, informando-se através da internet, das redes socias, da inteligência artificial… Assim, o primeiro contacto com a escola já não tem como principal motivação conhecer o projeto mas antes contactar com as pessoas que o corporizam, nomeadamente os seus líderes, pois é a partir daqui que se estabelece a confiança e se constrói a relação intrinsecamente humana que sustem a teia de afetos que envolve a relação diária daqueles que acolhem, cuidam, educam e ensinam crianças.

Numa escola, como em qualquer outra empresa, mais do que gerir pessoas, é preciso liderá-las. É esta capacidade que o líder demonstra para influenciar os outros, para os aglutinar em torno de um projeto e em última instância para os inspirar a agir que impulsiona cada colaborador a ser capaz de se superar, de ter vontade de fazer parte da solução, de fazer bem até o resultado surgir.

É com estes propósitos que a liderança de hoje deve contagiar as equipas que a rodeiam. Uma vez determinada a direção e as metas do caminho que pretendemos trilhar, liderar exige seguidamente persuasão. As pessoas têm de se rever nas nossas convicções. E, finalmente, a liderança radica numa relação de confiança – acreditar que o trabalho que desenvolvemos se norteia pelos valores certos, de tal modo que um líder é o seu último guardião.

Que características tem de ter um líder para inspirar uns e outros e influenciar aqueles que gravitam à sua volta?

Em primeiro lugar, é fundamental ser competente, estar verdadeiramente preparado, possuindo conhecimentos de vária ordem para ajudar os outros. Sem isso, a capacidade de marcar a diferença na vida das pessoas fica extremamente limitada. Concomitantemente, é preciso assumir uma postura de altruísmo neste propósito, pois é preciso fazê-lo num verdadeiro espírito de missão. Quando somos apaixonados por aquilo que fazemos, os nossos atos brotam naturalmente e deixamos de ser nós a escolher os clientes e os colaboradores. São eles que se inspiram em nós e são eles que nos desejam e que nos escolhem!

Todavia, um líder não pode ter à sua volta apenas meros seguidores, é fulcral que estes o questionem e que até o possam obrigar a testar a solidez das suas ideias, porque não é obrigatório saber tudo, mas é imprescindível assumir a responsabilidade por tudo que acontece sob a nossa liderança.

Um líder precisa também de ser humano e criar empatias, em qualquer um dos círculos que se mova. Precisa também de ser íntegro, ter palavra e corporizar um conjunto de valores que somados à genuína vontade de contribuir para um trabalho de excelência permite construir uma reputação.

Mais do que em qualquer outra empresa, numa escola as pessoas são o maior ativo e a maior fonte de criação de valor. São elas que ajudam a concretizar visões em realidades e são elas que, estando envolvidas nas decisões e sentindo-se consideradas, vão cuidar do cliente, construindo relações sólidas com as famílias, base para a sustentação de qualquer projeto educativo. É, pois, vital cuidar da equipa, no seu conjunto e na sua individualidade, agregando a diversidade do ser e do estar de cada uma delas numa plataforma identitária em que cada um se reveja. Por isso, é preciso escolher criteriosamente as pessoas, mantê-las e fazê-las crescer. Um líder, com os colaboradores certos ao seu lado, será sempre capaz de construir soluções que lhe permitirão adaptar-se a qualquer desafio que surja.

Edição 2023