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Os analistas financeiros que operam nas principais bolsas em todo o Mundo, continuam a olhar com rigor cirúrgico para os números, mas vão estendendo

Vitor Dias

Investigador

Talentos criativos são ativos valiosos

Os analistas financeiros que operam nas principais bolsas em todo o Mundo, continuam a olhar com rigor cirúrgico para os números, mas vão estendendo cada vez mais o âmbito das suas análises a outros fatores.

Quando têm que emitir um parecer técnico, para informar os seus clientes se uma dada empresa tem futuro a médio ou longo prazo e saber se vale a pena investir nela, já não são apenas os rácios de solvabilidade e de equilíbrio económico-financeiro, nem só a robustez das suas contas e perspetivas de crescimento que interessam. Na verdade, hoje, as empresas cotadas em bolsa, reportam regularmente informação sobre a estabilidade dos seus quadros, sobre a sua política de recursos humanos, e estratégias de recrutamento, motivação, reconhecimento e remuneração do capital de conhecimento e know-how. Este tipo de informação assume também uma importância crítica para os analistas, contribuindo para as suas projeções a respeito da competitividade presente e futura.

É fácil compreender que a criatividade e a inovação, fatores estratégicos para que qualquer empresa consiga manter-se no mercado, com uma oferta adequada à procura e às tendências que a evolução vai impondo, dependem fundamentalmente da inteligência que cada empresa tem ao seu serviço nessas áreas.

Uma empresa que não conte com pessoas capazes de apresentar e desenvolver novas ideias, novos métodos e soluções, novos produtos e serviços, não tem alavancas que impulsionem a sua afirmação no mercado e o seu crescimento sustentado. Já não basta fazer melhor, ou mais barato, é preciso fazer diferente e antes dos outros, procurando a vantagem do pioneirismo inovador.

 É esta realidade do mercado global, que explica porque razão as empresas em demanda de territórios para investir e concretizar os seus projetos empresariais, estudam muito bem a realidade sociodemográfica, concedendo toda a atenção aos indicadores de qualificação das pessoas aí residentes. É que o recrutamento dos melhores e mais qualificados e talentosos é determinante para o seu sucesso.

Os investidores e empreendedores sabem que se tiverem no mercado de trabalho local inteligência criativa e mão-de-obra altamente qualificada, não só não precisam de contratar noutras geografias e arcar com todas as eventuais dificuldades que isso possa acarretar, como poderão criar uma envolvente social de proximidade favorável. 

Pessoas capacitadas técnica e cientificamente, mas sobretudo pessoas dotadas de talento criativo que são capazes de pensar, problematizar e equacionar fora da caixa e, desse modo, fazer a diferença, são procuradas e seduzidas de várias formas, para ingressarem em empresas que valorizam o seu talento.

Uma empresa pode mudar de instalações e construir outras mais modernas e funcionais, pode trocar toda a sua tecnologia por novas versões, pode mudar a sua arquitetura organizacional e os seus sistemas de gestão de um momento para outro, mas dificilmente consegue essa performance quando se trata de constituir equipas compostas por pessoas talentosas e criativas.

Os talentos são hoje ativos que valem ouro e quem os tem procura não abrir mão deles, porque é com eles que se pode garantir a competitividade e sustentabilidade futura.

Creio que sem esforço, nos conseguiremos lembrar de uma mão cheia de casos, em que a saída de pessoas talentosas e criativas levou as empresas que não foram capazes de as segurar, ao pior dos desfechos, a falência.

Edição 2018