A Região do Baixo Ave, que integra sobretudo os concelhos da Trofa, Vila Nova de Famalicão, Vila do Conde, Maia e Santo Tirso, está situada no corredor da José Manuel Fernandes Presidente da AEBA Corredor Norte Exportador e a Região do Baixo Ave – Grandes desafios ao espírito empresarial A Região do Baixo Ave, que integra sobretudo os concelhos da Trofa, Vila Nova de Famalicão, Vila do Conde, Maia e Santo Tirso, está situada no corredor da economia empresarial que vem desde Braga/Guimarães, Famalicão, Trofa e Maia até ao Porto. Esta região é das áreas geográficas nacionais mais geradoras de emprego e mais exportadora do país com uma participação no PIB em cerca de 45%. Foi nesta região fortemente empreendedora que surgiu a 12 de Abril de 2000, na Trofa, a Associação Empresarial do Baixo Ave, uma associação privada, sem fins lucrativos, fundada com o objetivo de apoiar e representar as empresas e os empresários, de todos os sectores de atividade que operam nesta região. A sua vocação é ser o parceiro ativo na promoção do desenvolvimento económico e na criação de oportunidades empresariais. A AEBA foi fundada por 17 empresas da região, contando atualmente com mais de 600 associadas que se empenham diariamente na criação e manutenção de um espírito de cooperação, solidariedade e entreajuda entre si assim como, com a Administração Pública e com os organismos privados congéneres, de forma a contribuir para o progresso e desenvolvimento de toda esta região e do País. Atualmente, cerca de 50% das associadas da AEBA operam na atividade comercial e de serviços, 30% na indústria, 14% na restauração e hotelaria e 3% na construção civil, operando os restantes 3% em outros setores mas todos estes mega setores com uma forte intervenção na economia global em particular pela exportação. Dos inúmeros benefícios e serviços que prestamos aos associados, permitam-me destacar: A formação e orientação para novos empresários, a formação às empresas, nomeadamente a formação-ação às PME, o GIP – Gabinete de Inserção Profissional em Cooperação com o Centro de Emprego de Santo Tirso e em articulação com as empresas, as Acções Coletivas nas áreas da Promoção do Espírito Empresarial e Empreendedorismo, na área da Inovação e Intra-Empreendedorismo e na área da Internacionalização, com destaque para o nosso mais recente projeto de fomento empresarial, a criação da Incubadora Lince.Trofa – Projeto conjunto com a Câmara Municipal da Trofa. Enfim, com uma equipa reduzida procuramos ter uma alta rentabilidade de resposta, que é um princípio que subsiste desde a fundação. O nosso principal desafio é dar solidez às atividades das nossas associadas num contexto de alta evolução e revolução das tecnologias. Como exemplo da atuação da AEBA quanto às preocupações do comportamento dos consumidores para com o comercio local sito a estatística recente em que, no ano passado as vendas pela internet no nosso país cresceram em 28%. Cada vez mais o comércio local, assim como todos os setores de atividade económica, têm de ter força de agrupamento e de exposição em plataformas digitais, para gerar oferta para o espaço global da Internet. Não é fácil contrariar as tendências dos consumidores e dos clientes pela ausência. Hoje é mais fácil e convidativo o empresário colocar os seus produtos e serviços numa plataforma digital e entrar em casa dos clientes com as suas ofertas, em todas as atividades, do comércio à restauração, ao turismo à indústria… É neste ambiente que a AEBA atua, sempre ao serviço das comunidades empresariais promovendo e alertando para áreas que as empresas têm de relevar na sua atividade e estratégia no seu dia a dia e horizonte futuro. Os grandes desafios exigem esforço e atenção redobrada, mas trazem sempre novas oportunidades. Este é parte do nosso ADN em servir a comunidade empresarial e a sociedade. Edição 2018
O Entrave Fiscal no Investimento Estrangeiro em Portugal
Vivemos na região Norte de Portugal, tradicionalmente identificada como a região com maior concentração empresarial e industrial do país. Maria da Graça Crista Economista, administradora da Valormaia Economistas e Consultores O Entrave Fiscal no Investimento Estrangeiro em Portugal Vivemos na região Norte de Portugal, tradicionalmente identificada como a região com maior concentração empresarial e industrial do país. Se exceptuarmos peso significativo da AutoEuropa no volume das exportações portuguesas, as transações de bens e serviços das empresas do norte de Portugal são efectivamente as que directa ou indirectamente mais contribuem para um Portugal de cariz exportador. A iniciativa privada criadora do fluxo exportador tem duas grandes origens que se podem identificar: – Por um lado, a promovida pelas empresas de capitais nacionais que, por sua conta e risco, chegam aos mercados externos, quer intracomunitários, quer fora do mercado europeu; – Por outro lado, as empresas estrangeiras, nomeadamente as multinacionais que se instalam em Portugal, pelos mais variados motivos: • entrada no mercado livre da União Europeia através de um país periférico, mas com infraestruturas de aeroportos, portos e outras vias de transporte facilitadas para os restantes países da Europa; • ligação aos diversos países de língua oficial portuguesa nomeadamente o Brasil, Angola e Moçambique; • reconhecida elevada capacidade de trabalho; • bons níveis de formação de pessoal técnico e superior e Universidades reconhecidas internacionalmente; • crescente interesse na Investigação e Desenvolvimento com cientistas e estudos reconhecidos e premiados a nível mundial;• estabilidade social política e cultural; São efetivamente razões de sobra e de peso para sermos um país muito atrativo para o investimento externo. Temos, contudo, um ponto fraco, que nos coloca muitas vezes uns patamares abaixo no ranking de escolhas dos Investidores: Padecemos de um sistema fiscal muito complexo e com normativos dispersos. Tradicionalmente os países de cultura ocidental tributam a actividade empresarial, desenvolvida por sociedades ou entidades equiparadas, através de um imposto directo que incide sobre os Lucros. A tributação à acividade efectiva das empresas em Portugal é feita fundamentalmente através do IRC, Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas. Acontece que este imposto, para além de ter como base a tributação do Lucro, tem quase que uma panóplia de “subimpostos” com um sem-número de critérios diferentes de aplicação a cada realidade empresarial. Tenhamos como exemplo base, a comparação da realidade do IRC, vigente em Portugal, com o Imposto sobre Sociedades, aplicado em Espanha. Efetivamente temos taxas base competitivas: a Taxa de IRC é de 21%, versus a Taxa de Imposto de Sociedades de 25% no país vizinho. Onde reside então a questão? É que a taxa de 21%, na verdade não existe materialmente. De facto, temos um primeiro patamar de rendimentos líquidos tributados a uma taxa de 17% – o que seria uma vantagem. Contudo, temos um “Pacote” das conhecidas tributações autónomas que incidem sobre diversos tipos e limites de despesas das empresas. Ora aí é que a questão se complica: como explicar a um Investidor internacional que será tributado em 21% do seu Lucro, quando de seguida o sistema o informa de que afinal uma parte desse ganho tem uma tributação inferior, mas que por outro lado, gastos como por exemplo a utilização de viaturas, serão tributados autonomamente com taxas entre os 15% e os 37,5%. Acrescem ainda “complicações” como a Derrama Municipal, cuja taxa muda anualmente e que difere de município para município. As características do nosso Sistema Fiscal, de que apenas referimos este exemplo, a par da exigência burocrática para qualquer acto a que nós portugueses já nos habituamos, mas que fazem estranhar os Investidores que mais nos interessam, e ainda a ineficiência da Justiça, têm levado ao longo dos anos a que, ao invés de sermos uma potência industrial que aproveita à panóplia de pontos fortes que nos caracteriza, as nossas empresas sejam subcontratadas para a execução de parte do serviço, sem que a instalação do processo produtivo completo seja fixado no nosso País. Urge assim que o Estado português e a Sociedade portuguesa invistam na redefinição e na estabilização do sistema fiscal e tributário, permitindo que o nosso País seja verdadeiramente competitivo na captação de Investimento para a criação de emprego e de riqueza nacional. Só assim poderemos vir a ser, aos olhos dos Investidores internacionais, um País de primeira linha da União Europeia. Edição 2018
Talentos criativos são ativos valiosos
Os analistas financeiros que operam nas principais bolsas em todo o Mundo, continuam a olhar com rigor cirúrgico para os números, mas vão estendendo Vitor Dias Investigador Talentos criativos são ativos valiosos Os analistas financeiros que operam nas principais bolsas em todo o Mundo, continuam a olhar com rigor cirúrgico para os números, mas vão estendendo cada vez mais o âmbito das suas análises a outros fatores. Quando têm que emitir um parecer técnico, para informar os seus clientes se uma dada empresa tem futuro a médio ou longo prazo e saber se vale a pena investir nela, já não são apenas os rácios de solvabilidade e de equilíbrio económico-financeiro, nem só a robustez das suas contas e perspetivas de crescimento que interessam. Na verdade, hoje, as empresas cotadas em bolsa, reportam regularmente informação sobre a estabilidade dos seus quadros, sobre a sua política de recursos humanos, e estratégias de recrutamento, motivação, reconhecimento e remuneração do capital de conhecimento e know-how. Este tipo de informação assume também uma importância crítica para os analistas, contribuindo para as suas projeções a respeito da competitividade presente e futura. É fácil compreender que a criatividade e a inovação, fatores estratégicos para que qualquer empresa consiga manter-se no mercado, com uma oferta adequada à procura e às tendências que a evolução vai impondo, dependem fundamentalmente da inteligência que cada empresa tem ao seu serviço nessas áreas. Uma empresa que não conte com pessoas capazes de apresentar e desenvolver novas ideias, novos métodos e soluções, novos produtos e serviços, não tem alavancas que impulsionem a sua afirmação no mercado e o seu crescimento sustentado. Já não basta fazer melhor, ou mais barato, é preciso fazer diferente e antes dos outros, procurando a vantagem do pioneirismo inovador. É esta realidade do mercado global, que explica porque razão as empresas em demanda de territórios para investir e concretizar os seus projetos empresariais, estudam muito bem a realidade sociodemográfica, concedendo toda a atenção aos indicadores de qualificação das pessoas aí residentes. É que o recrutamento dos melhores e mais qualificados e talentosos é determinante para o seu sucesso. Os investidores e empreendedores sabem que se tiverem no mercado de trabalho local inteligência criativa e mão-de-obra altamente qualificada, não só não precisam de contratar noutras geografias e arcar com todas as eventuais dificuldades que isso possa acarretar, como poderão criar uma envolvente social de proximidade favorável. Pessoas capacitadas técnica e cientificamente, mas sobretudo pessoas dotadas de talento criativo que são capazes de pensar, problematizar e equacionar fora da caixa e, desse modo, fazer a diferença, são procuradas e seduzidas de várias formas, para ingressarem em empresas que valorizam o seu talento. Uma empresa pode mudar de instalações e construir outras mais modernas e funcionais, pode trocar toda a sua tecnologia por novas versões, pode mudar a sua arquitetura organizacional e os seus sistemas de gestão de um momento para outro, mas dificilmente consegue essa performance quando se trata de constituir equipas compostas por pessoas talentosas e criativas. Os talentos são hoje ativos que valem ouro e quem os tem procura não abrir mão deles, porque é com eles que se pode garantir a competitividade e sustentabilidade futura. Creio que sem esforço, nos conseguiremos lembrar de uma mão cheia de casos, em que a saída de pessoas talentosas e criativas levou as empresas que não foram capazes de as segurar, ao pior dos desfechos, a falência. Edição 2018
Como conhecer melhor o seu cliente
Na sua essência, Marketing é a actividade de promover e vender produtos ou serviços. Se pensarmos bem este objectivo terá estado presente Cecília Gunawardena Online Marketing Coach & Strategist Como conhecer melhor o seu cliente Na sua essência, Marketing é a actividade de promover e vender produtos ou serviços. Se pensarmos bem este objectivo terá estado presente praticamente desde o início da civilização, a partir do momento em que se estabeleceram actividades de troca. É fácil assumir que os mercadores de então procuraram certamente formas de persuadir os clientes a comprarem os seus produtos e não os da concorrência. O conceito de Marketing como o entendemos hoje tem as suas raízes na Revolução Industrial (finais do Séc. XVIII-Séc. XIX). A Revolução Industrial foi um período de rápidas mudanças na sociedade e grandes inovações científicas e tecnológicas. Isto traduziu-se numa maior disponibilidade de produtos e numa maior facilidade para adquiri-los. Depois da Segunda Guerra Mundial, já no final da década de 1940, a concorrência intensificou-se e as empresas procuraram cada vez mais encontrar formas de aumentar as suas vendas usando técnicas de Marketing. O foco do Marketing deixou de ser o produto para ser o cliente. Mas a verdadeira revolução no Marketing aconteceu já no final da década de 1990, com a evolução da Internet. A comunicação deixou de ser feita apenas num sentido, pois com o aparecimento das redes sociais, o cliente tem a possibilidade de fazer ouvir a sua voz. Esta conectividade dá ainda mais ênfase à máxima “o cliente é rei”. Hoje o cliente tem mais poder. A dinâmica do mercado é maior e os clientes comunicam não só com a empresa mas entre si. O cliente tem mais poder porque está mais informado: sobre as características dos produtos e serviços mas também sobre a própria experiência antes e depois da compra. Kotler, a quem se chama o Pai do Marketing, denomina esta nova era do Marketing de Marketing 4.0. Para Kotler, uma empresa que queira ter sucesso precisa dominar as ferramentas de social media e digital media como parte da sua estratégia de negócio. Não se trata de abandonar o Marketing Tradicional mas de fazer a fusão com o Marketing Digital. O Marketing deve adaptar-se à natureza mutável do cliente e às opções que ele tem na economia digital. O papel dos responsáveis de Marketing é conduzir os clientes no seu percurso desde potencial cliente a fã. Para poder fazer isto, a empresa tem que conhecer bem o seu cliente ideal, ou público-alvo, se preferir. Muitas empresas resistem a fazer isto: escolher o seu cliente ideal. Um dos maiores receios é que se deixe de fora mercado. Contudo, escolher o seu cliente ideal vai assegurar que o que oferece vai realmente ao encontro das necessidades desses clientes. Isto traduz-se num aumento de vendas repetidas, do boca-a-boca e novos clientes, ou seja, uma redução no custo de aquisição de clientes e um aumento no valor ganho com cada cliente. Então como conhecer melhor o seu cliente?– Crie um perfil de cliente ideal (ou vários, se fizer sentido no seu caso). Actualize-o constantemente com informações novas.– Ouça o seu cliente. Seja aberto a receber feedback. Promova oportunidades para os seus clientes se fazerem ouvir e dizerem o que querem. – Descubra o que é que o seu cliente pesquisa online. Que procuras faz na Amazon? O que é que lê? Onde é que os seus clientes se congregam: fóruns, grupos de Facebook?– Escute o que os seus clientes dizem nas redes sociais. Nas suas páginas e perfis mas também em grupos. Saiba ler nas entrelinhas, isto é, preste atenção aos problemas para os quais os clientes querem uma solução e também para os desejos que eles expressam.– Observe o comportamento que os clientes têm com a sua empresa. Não confunda, não estamos a falar só das interacções nas redes sociais ou no seu blog; preste atenção ao que o cliente faz quando vem à sua empresa, à sua loja ou fala consigo ao telefone.– Detalhe a customer journey do seu cliente. Pense em todos os passos que o seu cliente dá desde o contacto inicial, a criação da relação com a sua empresa e, idealmente, o estabelecimento de uma relação de lealdade e de longo termo. Use esta ferramenta para melhorar os seus produtos e serviços e apoiar o seu cliente ao longo da viagem para que ele se torne um fã e divulgue a sua empresa.– Conhecer o seu cliente é um processo longo. Veja esta actividade como um investimento. Aceite que nem sempre é fácil recolher informação sobre o seu cliente mas que vale a pena trabalhar continuamente para conhecer melhor o seu cliente e colher os benefícios desse investimento. Os marketers de hoje têm de lidar com um mercado mais dinâmico e complexo. Conhecer bem o cliente, aquilo que pensa, o que precisa, os problemas e objectivos que tem é um trabalho desafiante mas que vale a pena fazer. Depois há que usar esse conhecimento para criar produtos e serviços que respondem de forma perfeita às necessidades do seu cliente, tornando-o num fã que defende a sua marca e passa a palavra. Há melhor marketing? Edição 2018
A Importância da Captação de Investimento no crescimento e na afirmação dos territórios
Captação de investimento: uma luta feroz e discreta A atração de investimento é, hoje, um desígnio a que nenhum território pode ficar indiferente. Filipe Gonçalves Strategy manager Maia Go A Importância da Captação de Investimento no crescimento e na afirmação dos territórios Captação de investimento: uma luta feroz e discreta A atração de investimento é, hoje, um desígnio a que nenhum território pode ficar indiferente. A competição pela fixação de novas empresas, pela expansão das empresas já instaladas e pelo apoio ao empreendedorismo é uma luta travada à escala global e que não conhece fronteiras. Cidades contra países, regiões contra pequenas vilas. E o tamanho é cada vez menos importante! Nem todo o investimento bom, é bom para qualquer território. Importa por isso que cada cidade, região ou país saiba definir a sua estratégia de captação de investimento, distinga o investimento bom do mau e aposte as fichas nos setores certos. A atenção às dinâmicas empresariais, aos mercados e às tendências, passa, por isso, a fazer parte do dia-a-dia dos decisores políticos, dos técnicos e não apenas dos empresários. Esta competição é feroz e dada a ausência de estratégias regionais ou, sequer, nacionais, no que se refere à atração de fixação de investimento, é uma luta travada, muitas vezes, com armas desiguais. Reforça-se assim a necessidade de uma reflexão clara sobre a estratégia a seguir. A promoção e disseminação, de forma discreta, dos ativos intrínsecos de cada território, parece trazer melhores resultados do que o “show off” mediático e o discurso vazio em busca de palco que alguns agentes continuam a manter como estratégia. Vivemos, hoje, num tempo de mudanças rápidas, difíceis de antecipar e apenas aqueles que, longe dos holofotes que ofuscam a visão, conseguirem antecipar a próxima jogada sairão vencedores! A oferta desmesurada e desproporcional de incentivos é reconhecida como contraproducente e, no mínimo, discutível, retirando força aos governantes e impedindo estratégias de médio / longo prazo. No entanto, nenhum território pode deixar de definir o seu próprio pacote de benefícios para os investidores. Não há mal nisso. Ou haverá muito, caso essa definição resulte apenas da tomada de medidas avulsas, muitas vezes por comparação com os “vizinhos” (que raras vezes são assim tão iguais a nós) e sem um alinhamento com a estratégia de promoção territorial. Sendo certo que a competição se trava a diferentes escalas, parece haver, cada vez mais, uma tendência clara para os investidores procurarem apoio diretamente junto dos municípios. Acreditamos que esse facto resulta da proximidade entre estes e os territórios, na redução das etapas de validação do investimento, da desburocratização dos processos e, sobretudo, pela relação que é possível estabelecer entre as pessoas. E sim, um dos ativos mais procurados pelos investidores, são as pessoas. Pessoas, antes da localização, do preço dos terrenos ou sequer dos benefícios. Esta luta é, por isso, travada de forma mais vincada ao nível local. E nesse campo de batalha, a Maia tem ganho sucessivas lutas conseguindo atrair para o seu território um vasto número de empresas. Investimento bom, de valor acrescentado, gerador de emprego e amigo do ambiente. Estas vitórias, são o resultado da definição estratégica entre investimento bom e mau. São o resultado do apoio ativo aos empresários (nacionais e estrangeiros). São o resultado da existência de fatores de localização e infraestruturas de excelência. São o resultado da criação de redes com diferentes parceiros. São o resultado do pioneirismo em muitas áreas. Mas são, sobretudo, o resultado das Pessoas que vivem, trabalham e investem na Maia! Maia Go: balanço positivo Ao longo dos últimos dois anos, o Maia Go regista mais de 200 projetos de investimento empresarial. No seu conjunto, estes projetos de investimento representam intenções de investimento superiores a 800 milhões de euros e mais de 11 500 postos de trabalho, sendo cerca de 40% destas intenções provenientes de empresas multinacionais. De acordo com o “Retrato Territorial de Portugal 2017”, publicado pelo INE o concelho da Maia é o concelho da Área Metropolitana do Porto com maior proporção de empresas em setores de alta e média-alta tecnologia (com quase o dobro da média da AMP), ocupando a terceira posição a nível nacional. Neste período, tem-se registado uma média de 40 novas empresas por mês que escolhem a Maia para instalar a sua sede, totalizando-se, à data, cerca de 10 000 empresas com sede na Maia, a que se somam cerca de 2 500 empresas que se estima terem presença na Maia, embora com sede noutros concelhos e mais de 5 600 empresários em nome individual. A dinâmica das empresas da Maia, coloca o concelho na 4ª posição dos maiores exportadores nacionais e, estima-se, geram cerca de 120 000 postos de trabalho (diretos e indiretos), potenciando uma forte redução do número de desempregados. Com efeito, em Setembro de 2018, a Maia tinha 5 004 inscritos no IEFP, registando assim uma descida de quase 45% face a janeiro de 2017! Sendo as empresas os principais geradores de emprego e procurando as pessoas os melhores territórios para trabalhar, torna-se evidente a importância de atrair mais e melhor investimento. Isso conduzirá à atração, de forma natural, de mais e melhores pessoas, permitindo afirmar e fazer crescer os territórios. Vale a pena Investir no Investimento! Edição 2018
Atitude – preparar o futuro, valorizando e reconhecendo o Talento!
Nesta época atual, em que o talento se revela cada vez mais escasso, uma das grandes questões que nos colocamos é precisamente: o que é o talento? Patrícia Alves PWC – Price Waterhouse Coopers Atitude – preparar o futuro, valorizando e reconhecendo o Talento! Nesta época atual, em que o talento se revela cada vez mais escasso, uma das grandes questões que nos colocamos é precisamente: o que é o talento? Estaremos a falar de uma formação académica, de um conjunto de competências denominadas soft ou hard skills, de uma aptidão invulgar, de experiências diversas como estágios ou voluntariados? De que falamos, quando pensamos em talento nos dias de hoje? Falar de talento, é falar de atitude! Mais do que competências, atitude representa a forma como cada um de nós avalia determinada situação, pessoa, assunto, e que influencia e se reflete no comportamento demonstrado. Atitude é a forma como encaramos os desafios com que somos confrontados diariamente. No fundo, atitude representa a procura constante de algo mais, não se contentar com o óbvio, questionar, superar-se e reinventar-se perante os desafios! Nesta busca pelo talento e pela atitude, torna-se necessário apostar em políticas de gestão do talento customizadas, flexíveis, dinâmicas, que valorizem a Pessoa como um ser único, com necessidades e expetativas individuais, e as organizações terão de acompanhar claramente estas novas tendências. Nesta ótica de gestão do talento, o reposicionamento do conceito de Employer Branding externa e internamente é uma forma das organizações se alinharem nesse propósito. Externamente, através da partilha da Proposta de Valor que cada organização representa, utilizando os meios de comunicação disponíveis, mas também se reinventando na forma como a comunicação é partilhada – é importante criar vantagem competitiva no mercado, sem nunca defraudar expetativas. A política de Employer Branding terá de assentar numa estratégia integrada, em linha com os valores da empresa, do negócio e diferenciadora. Internamente, para além de recrutar e selecionar o melhor Talento, é importante após esta fase inicial, saber acolher, integrar, valorizar e reconhecer, para que o sentimento de “paixão” e “amor à camisola” permaneça e dissemine pela organização. Neste sentido, outro dos aspetos fulcrais desta ótica de gestão do Talento, passa precisamente pela valorização e reconhecimento dos colaboradores e que, consequentemente, irá resultar num aumento do seu nível de compromisso. Cada colaborador tem um papel fundamental na divulgação da real “Cultura” de uma organização, e colaboradores verdadeiramente “apaixonados” são a melhor forma de Employer Branding! Os recursos humanos terão aqui um papel fundamental, na medida em que terão que se antecipar e posicionar com uma voz ativa na gestão estratégica e diária da empresa. Os Programas de Mentoring, poderão igualmente ser excelentes ferramentas para uma estratégia de gestão do Talento mais personalizada, complementando os programas existentes de formação e desenvolvimento. Um programa de Mentoring assente numa componente totalmente voluntária, envolvendo as pessoas certas, embaixadores natos da cultura empresarial e com pessoas que fomentem atitudes desafiantes e inspiradoras, pode revelar-se num excelente catalisador da mudança. Em termos organizacionais, o Mentoring tem por base uma filosofia de partilha e orientada para o alcance de objetivos na evolução da vida profissional do colaborador, devendo ser algo distinto e independente dos processos típicos de avaliação do desempenho. O Mentoring baseia-se numa atitude genuína, autêntica, de desafio aos preconceitos previamente estabelecidos, e de colaboração e partilha de experiências que serão relevantes para o desenvolvimentopessoal do talento e de atitudes, que as organizações procuram nos dias de hoje. Preparar o futuro, valorizando e reconhecendo o talento e a atitude, é uma aposta segura na gestão de uma organização e, especificamente, nesta ótica de gestão do talento. With extraordinary Talent and extraordinary Attitude, all things are possible! Edição 2018
Ciência, Inovação e Desenvolvimento Económico
A opinião pública, através da imprensa, é frequentemente alertada pelos cientistas para a inconsistência das políticas públicas de apoio à ciência e em José Costa Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto Ciência, Inovação e Desenvolvimento Económico A opinião pública, através da imprensa, é frequentemente alertada pelos cientistas para a inconsistência das políticas públicas de apoio à ciência e em particular para os riscos de reduções drásticas na atribuição de bolsas de investigação e no financiamento de centros de investigação. Os responsáveis governamentais argumentam, por sua vez, que não se trata de reduções das verbas afetas à investigação, mas sim de uma reorientação da política científica. Subjacente a esta reorientação estaria uma visão mais utilitarista da ciência em que se privilegia o seu impacto nas empresas e na economia, o que gera o contra-argumento de que o excessivo utilitarismo das políticas de curto prazo prejudica o seu impacto no médio e longo prazo. O sentimento por partes dos cientistas em relação a esta reorientação é bem expressa por João Caraça et al. (2008) num artigo do qual extraímos a citação abaixo. Escrevem os autores: “Por um lado a ciência é mais útil do que nunca (como a Cinderela) no sentido de que o seu impacto no desempenho económico se tornou mais amplo, quer do lado da oferta quer do lado da procura. Do lado da oferta, a investigação em marketing e gestão tornou-se progressivamente mais importante para a inovação. Do lado da procura, mais empresas operando nos setores designados de baixa tecnologia precisam de recorrer à ciência quando desenvolvem novos produtos ou processos produtivos para se manterem competitivas. Por outro lado, a ciência perdeu a sua posição de realeza como um reconhecido fator autónomo e dominante da inovação. Primeiro, a investigação sobre a inovação tem demonstrado que a ideia de que o investimento em ciência quase automaticamente gera descobertas facilmente transformadas em inovação é errada em maior parte dos casos. Segundo, aqueles que são responsáveis pela política científica, tecnológica e de inovação têm sido lentos a compreender isto, o que os levou ao desenvolvimento de novas regulações na universidade que as transformam nas “empregadas domésticas” da indústria.” (Caraça et al., 2008, pp. 1, tradução livre) No texto citado é notória a perceção da inevitabilidade das transformações no papel da ciência mas também se manifesta o inconformismo com uma leitura demasiado utilitarista da ciência ao serviço da economia. A mudança do papel da ciência ao longo da segunda metade do século XX e início do século XXI foi, de facto, muito significativa. As mudanças ocorridas foram tão substanciais que hoje faz mais sentido falar-se de política de inovação do que de política científica, tal é a subordinação desta em relação aos objetivos de desenvolvimento económico. Ao longo do século XX o enquadramento teórico do papel da ciência no desenvolvimento económico progressivamente evoluiu de uma visão em que a ciência tinha a centralidade de que falam Caraça et al. (2008) para uma perceção mais utilitarista da ciência. De uma visão em que o desenvolvimento económico decorria diretamente de uma grande empurrão da ciência (lado da oferta), progressivamente vai dar-se maior atenção ao lado da procura. O processo de inovação é visto na atualidade como um complexo de inter-relações representado por um modelo interativo de base territorial entre todos os agentes relevantes, quer do lado da oferta, quer do lado da procura. Para este desenvolvimento e reformulação do papel da ciência contribuiu uma maior atenção dada ao papel do território no processo de inovação. Essa nova perceção do papel do território tem implicações na definição dos objetivos e no desenho dos instrumentos de políticas de inovação. Adquirem grande centralidade o fomento das redes de cooperação empresarial e institucional, o desenvolvimento de plataformas de intermediação entre os universo empresarial e o universo de I&D, a regionalização da função de investigação e o fomento do potencial de inovação das empresa, Mais recentemente, com o conceito de especialização inteligente, maior atenção é dada à massa crítica necessária a nível regional e à necessidade de se fazerem escolhas em matéria de política de inovação, contribuindo assim ainda mais para aumentar por parte dos investigadores a perceção de que se estão submetidos a uma agenda de investigação ditada pela utilidade a curta prazo dos seus trabalhos de investigação. Cada uma das partes apresenta os seus argumentos e por certo têm razões para tal. Reconhecemos, contudo, que em países como Portugal é necessário um compromisso entre investigação fundamental e aplicada, o que justifica alguma da reorientação introduzida pelas políticas de inovação implementadas ou em implementação. Referência: Caraça, João, Bengt-Ake Lundvall, Sandro Mendonça: The Changing Role of Science in the Innovation Process: From Queen to Cinderella? Technological Forecasting & Social Change, 2008. Edição 2018
Somos uma “Maia Magnética”
Quando queremos referir atributos que caraterizem um determinado território, é frequente a dificuldade em fazer a síntese da diversidade de ideias que nos ocorrem. António Silva Tiago Presidente da Câmara Municipal da Maia Somos uma “Maia Magnética” Quando queremos referir atributos que caraterizem um determinado território, é frequente a dificuldade em fazer a síntese da diversidade de ideias que nos ocorrem. Creio contudo que no caso da Maia, face a uma feliz conjugação de múltiplos fatores, esse exercício afigura-se mais simples. Desde logo, porque a Maia tem vindo a consolidar um conjunto de indicadores económicos favoráveis, que são reveladores da assertividade da estratégia autárquica que tem estado na base do planeamento e gestão territorial do nosso concelho. Somos hoje, inequivocamente, uma Maia magnética, alicerçada em atributos que as pessoas continuam a valorizar sobremaneira como o desígnio de ter na comunidade uma educação de excelência, tranquilidade, paz e coesão social, boas possibilidades de praticar exercício físico e desporto num amplo parque desportivo municipal, grande oferta cultural nos diversos equipamentos municipais destinados à fruição intelectual e ao recreio, generosos espaços verdes, jardins e parques, uma eficiente e harmoniosa gestão ambiental com indicadores ao melhor nível da Europa, boas condições para o empreendedorismo e investimento económico produtivo gerador de riqueza e criador de emprego qualificado e melhor remunerado, assim como uma rede de acessibilidades rodoviárias e de transportes que concorrem para um mix de fatores que confirmam o nosso peculiar desempenho ao nível das políticas autárquicas no contexto regional e nacional. 2019 será um ano de afirmação da nossa marca identitária, em que a celebração dos 500 anos da concessão do FORAL à Terra da Maia, por D. Manuel I, será um momento dotado de particular significado simbólico. Esse documento fundador, reconhecendo o nosso território como um espaço dotado de atributos económicos geradores de riqueza suficiente para manter e atrair as gentes em demanda de atividades e interações humanas que desde os meados do século XVI, ajudaram a modelar o território concelhio, é um escrito inspirador, tendo em conta o seu valor histórico, na medida em que há 500 anos, se começava a desenhar um futuro de confiança de uma comunidade magnética na atração de pessoas, que sempre foram, são e continuarão a ser a nossa maior riqueza coletiva. A Maia magnética que se inscreve e afirma a nível nacional e internacional, somos nós, todos nós, maiatas e maiatos… Edição 2018