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O mundo mudou. A sociedade, designadamente as empresas e as pessoas, também mudou. Até o clima mostra sinais evidentes de mudança. E tudo afeta todos.

Carlos Mendes

Presidente da AEMAIA

E agora?

O mundo mudou. A sociedade, designadamente as empresas e as pessoas, também mudou. Até o clima mostra sinais evidentes de mudança. E tudo afeta todos.

Vivemos hoje tempos diferentes, de incerteza, de instabilidade e de imprevisibilidade.

Na sociedade, as redes sociais transformaram as relações sociais. As comunidades, onde o traço identitário era o geográfico, são agora uma espécie de “tribos”, sem fronteiras, que partilham interesses comuns. O mundo tornou-se pequeno, cada vez mais multicultural, multirracial e multirreligioso. Quase tudo gira à volta de um smartphone, as moedas podem ser cripto e os bens, até agora físicos, podem ser non-fungible token. 

No emprego, termos como o trabalho remoto ou hibrido, escritório em casa, ou webinar, passaram a fazer parte do quotidiano de uma forma quase imperativa. Viver bem é agora mais importante do que ganhar bem. A saúde e o bem-estar físico e mental, a família e a vida pessoal passaram a ser as prioridades face ao trabalho. Mas também as relações humanas, o trabalho em equipa, a diversidade ou a inclusão ganharam novo destaque.

Nas empresas, a escassez generalizada de recursos humanos, principalmente os qualificados e particularmente os relacionados com setores mais tecnológicos ou mais tradicionais, são um drama. As cadeias logísticas, cada vez mais complexas por força do contexto, limitam o acesso a produtos, gerando novas dificuldades. Quase tudo tem o seu “quê” de digital, o que trouxe novos desafios ao nível da cibersegurança e o e-commerce veio modificar a forma como se compra e vende.  A transição para a economia verde é não só irreversível como inadiável, seja como política de combate às alterações climáticas ou de redução da dependência energética externa.

Depois de 2 anos em pandemia, situação nova e complexa, para a qual não estávamos preparados, e relativamente à qual ainda não temos certezas, chegou a guerra, igualmente nova e complexa para a generalidade dos europeus, e com reflexos um pouco por todo o mundo.

Da habituação ao crescimento económico, aos juros baixos, e à inflação reduzida, vemo-nos confrontados com o oposto: a estagnação ou mesmo recessão, os juros galopantes e uma taxa de inflação que julgávamos ser parte de um passado longínquo, e que a todos impacta.

O futuro é incerto, mas existirá. A mudança também. Como quase sempre, é nas dificuldades que se encontram as melhores oportunidades. A resiliência será sempre uma virtude e a inovação será sempre uma vantagem. O fortalecimento da cultura, o desenvolvimento de parcerias, a atração de talentos, são novos objetivos, mas o maior será cada vez mais o foco no cliente, na qualidade e no preço de produtos e serviços, e principalmente no “resultado da experiência”.

Ao poder central e ao poder local, compete criar as melhores condições de confiança e previsibilidade na economia, libertando-a da asfixia fiscal e do emaranhado legal, estimulando uma sobrevida às empresas existentes e maior atratividade às novas.  No final de contas, competirá às empresas serem o que sempre foram, criadoras de emprego, de riqueza e de conhecimento, motores da sociedade, com ética, responsabilidade e ambição, respeitando o ambiente e mais importante do que nunca com foco nas pessoas. Às associações empresariais e à AEMaia em particular, caberá o papel de representar, defender e promover o tecido empresarial do concelho, o que muito nos honra.

Agora, como nunca, faz sentido o famoso proverbio: “..sozinhos vamos mais rápido, juntos vamos mais longe..”. Uma verdade intemporal e universal.

Edição 2022