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O desenvolvimento de um país ou de uma região é hoje em dia associado à intensidade do investimento em investigação e desenvolvimento e à

Emídio Gomes

Presidente da PortusPark

Os desafios permanentes da investigação e inovação

O desenvolvimento de um país ou de uma região é hoje em dia associado à intensidade do investimento em investigação e desenvolvimento e à pujança do seu sistema de inovação quer ao nível local, regional ou nacional. Este sistema de inovação tem como principal função permitir às empresas ter um acesso privilegiado ao conhecimento e portanto à sua aplicação com o objetivo de criação de valor económico. Se analisarmos os dados do Eurostat fica evidente a relação estreita entre o desenvolvimento económico e social de um país e o seu posicionamento no ranking da inovação. Esta aplicação do conhecimento promovendo a respetiva criação de valor económico é a definição, muito simples, de inovação. A complexidade não está no conceito nem na definição, mas na forma como se consegue operacionalizar a inovação. Como é que as empresas podem inovar e como é que as organizações e a administração pública podem contribuir para tornar um território num espaço inovador e com grande capacidade de atração de empresas e organizações inovadoras e empreendedoras? Como é que é possível articular a relação das empresas com os centros de conhecimento, sejam eles instituições de ensino superior, ou de investigação e desenvolvimento, ou mesmo de transferência de tecnologia?

Portugal está colocado perante o desafio permanente da competitividade, que terá que continuar a assentar na melhoria da capacidade de conceção, análise e desenvolvimento de novos produtos, serviços ou negócios, em alternativa ao modelo baseado na competição pelo preço baixo ou pela encomenda de terceiros. Este desafio obriga necessariamente a uma maior capacidade académica, científica e tecnológica do país, das suas empresas, bem como à necessidade de criar uma maior competitividade dos nossos sistemas de ensino, formação profissional e educação ao longo da vida. Implica também a capacidade de desenvolver uma nova cultura empresarial baseada na inovação, na competência e à implementação das reformas que permitam uma administração pública magra, ágil e flexível onde o espírito de missão e de serviço sejam reencontrados. A sustentabilidade da economia obriga cada vez mais a um forte relacionamento entre empresas e sistema científico e tecnológico. No médio prazo a valorização tecnológica do tecido empresarial deverá ser fator importante de competitividade.

O crescimento e o desenvolvimento sustentável passam pela promoção de uma cultura empreendedora, designadamente junto dos jovens, estimulando-os a criar empresas, da adaptação de cursos de formação para gestores e quadros de PMEs, pela oferta no local do trabalho de sistemas de ensino e formação em gestão e consultoria, de conhecimentos e disseminação de conhecimentos sobre tecnologias dirigidas às PMEs para que estas empresas possam identificar, selecionar, adaptar e utilizar as novas tecnologias de informação e produção com o objetivo de aumentar a competitividade e garantir a empregabilidade dos colaboradores das empresas. Características como a flexibilidade, a diversificação, a diferenciação, a globalização, a internacionalização e integração, são hoje definitivamente conceitos que têm de estar endogeneizados na aprendizagem de cada um de nós logo à partida para conquistar um emprego e contribuir de modo individual para tornar a economia mais competitiva e com um maior valor acrescentado. Estas características adquirem-se na formação académica e científica durante a frequência das instituições de ensino universitário pelo que hoje a Universidade tem de rever a sua missão para que seja possível uma melhor e maior articulação com o tecido produtivo

Acreditamos que só com o sucesso da implementação de uma estratégia baseada no conhecimento e na inovação é que Portugal terá um crescimento muito significativo da sua qualidade de vida, com uma melhor redistribuição de rendimentos e impacto consequente no bem-estar económico e social.

Edição 2020