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A esmagadora maioria das startups tem na sua génese pouco mais do que o seu capital de inteligência competitiva.

Vitor Dias

Investigador

Inteligência competitiva é um capital inato das startups

A esmagadora maioria das startups tem na sua génese pouco mais do que o seu capital de inteligência competitiva.

Habitualmente fundadas por pessoas cuja média de idade é relativamente jovem e que quando decidem avançar com os seus projetos já fizeram o necessário trabalho de casa, quer dizer, pesquisaram e estudaram de forma inteligente e analiticamente correta o mercado no qual se pretendem instalar para competir.

Se avançam com os seus projetos, optando por incubar os seus modelos de negócio, começando por apostar no conceito de startup, é porque já chegaram à conclusão que são portadores de boas ferramentas para apresentar soluções viáveis que estão alinhadas ou mesmo à frente das tendências imergentes do mercado. E se avançam, correndo o risco inerente a todo o negócio, é porque se sentem capazes de impulsionar o dinamismo inovador que hoje se revela imprescindível para manter e desenvolver vantagens competitivas diferenciadoras que acrescentem valor às marcas, aos produtos e aos serviços.

Outra vantagem competitiva das startups, é que os seus empreendedores são quase sempre muito apaixonados pelos seus projetos, revelam-se mais recetivos à mentorização proporcionada por especialistas de áreas em que carecem de apoio e cujas matérias não dominam.

Esta geração é constituída por pessoas que são normalmente mais ágeis, afirmando-se profissionalmente pela sua flexibilidade e boa capacidade de adaptação à mudança, sem, contudo, nunca perder o foco na qualidade e no cliente.

As startups que são corporizadas por pessoas que estão dotadas desta capacidade, ainda que inata, de inteligência competitiva, conseguem robustecer-se e ganhar suficiente dimensão para continuarem o seu caminho entregues a si mesmas.

O exercício de inteligência competitiva que fizeram a montante da incubação das suas ideias e projetos, é uma experiência que não pode ser abandonada, porque a continuidade do sucesso, depende do discernimento competitivo de olhar a realidade à sua volta, a partir do epicentro de tudo, o que significa ter a capacidade de analisar criticamente o que se passa dentro de portas, mantendo um bom controlo interno de todos os processos. E tudo isto tem de se realizar, sem embargo de olhar e ver o que está a acontecer no mercado e na aldeia global, preservando o precioso talento para antecipar o futuro e inovar o mais possível.     

As novas dimensões da economia, inequívoca e definitivamente globalizada, não permitem a nenhuma empresa ou empreendedor, dar-se hoje ao luxo de dispensar, no mínimo, um pensamento estratégico inteligentemente competitivo. Muito embora, o pensamento sem concretização, ao nível da inteligência competitiva, possa revelar-se manifestamente curto e ineficaz.

Estou absolutamente convicto que toda a startup que é liderada por alguém que concede a devida importância à inteligência competitiva, mais cedo do que tarde, consegue evoluir e transformar a sua empresa numa startgo, que arranca e segue fazendo pelos seus próprios meios o caminho que tem pela frente para crescer e se desenvolver, levando a sua marca, quiçá, aos pontos mais recônditos do planeta.

O conceito de mentorização, fase intensiva de formação em regime de incubação, assenta essencialmente em dotar os empreendedores que desenvolveram com qualidade soluções, produtos e/ou serviços com potencial económico, de competências em matérias críticas que se revelarão imprescindíveis para o sucesso dos seus negócios. Refiro-me a competências na área da contabilidade e gestão financeira, de marketing, de planeamento estratégico e necessariamente, ao nível da inteligência competitiva. Isto não significa de modo algum, que o autor do projeto e seu empreendedor tenha que dominar com eficiência todas estas matérias, basta apenas que as compreenda, para saber melhor a quem as deve confiar e o que deve exigir de quem as vai trabalhar.

A ideia é muito simples: concentre-se no seu negócio, mas faça por conhecer tudo o que precisa para que ele seja bem sucedido e não negligencie nenhum pormenor, mantendo sempre em pleno a sua inteligência competitiva, enquanto ferramenta metodológica e estruturante, do seu modelo integrado de gestão estratégica.

Edição 2016