O Colégio CCG, como todas as escolas do país, encerrou portas a 16 de março de 2020. Recorde-se que este encerramento foi inicialmente decretado Elisa Almeda Diretora geral do Colégio CCG Educação em Pandemia O Colégio CCG, como todas as escolas do país, encerrou portas a 16 de março de 2020. Recorde-se que este encerramento foi inicialmente decretado com termo (previsível) a 13 de abril, o que incluindo o período de interrupção para as férias da Páscoa, não parecia ser um lapso temporal efetivamente tão substancial como a realidade veio a revelar – os alunos do ensino básico só retomariam as aulas presencias no início do ano letivo seguinte! Todavia, sabe-se que o tempo pandémico tem parâmetros cronológicos atípicos e uma vivência psicológica singular e por isso, rapidamente se percebeu que era preciso construir uma “escola à distância” que replicasse o mais fielmente possível o processo de aprendizagem e de partilha de afetos tão necessário. Cada escola foi desafiada a cuidar das suas crianças e dos seus alunos, numa altura em que o manual de procedimentos para esta nova forma de educar e de ensinar era meramente concetual e sem qualquer respaldo escrito. E porque a escola é uma unidade que vive da diversidade de que é feito o ser humano, a criatividade e o arrojo cunharam o trabalho desenvolvido, ainda que assimetricamente, quer pela diferença dos meios envolvidos nesta tarefa, quer pela heterogeneidade da capacidade de inovação e adaptação que pautou o modus operandi de cada instituição. Este foi um processo paulatinamente afinado por cada comunidade educativa, no seio da qual se encontraram soluções para os problemas ou, por vezes, problemas para as soluções. Num ano de exigências extremas ao nível da gestão empresarial e da gestão pedagógica, ADAPTAÇÃO foi o critério primacial das decisões de gestão empresarial e pedagógica. O foco manteve-se no cliente (crianças e famílias) e na qualidade de serviço. Nessa senda, tornou-se imperioso redesenhar o padrão da oferta educativa, adotar novas metodologias e recorrer a diferentes ferramentas, imbuídos de um processo de reinvenção educativa que acelerou e encimou o debate nacional por força das circunstâncias pandémicas. Curiosamente, em setembro de 2019, no arranque do novo ano letivo, o CCG lançou o Projeto BYTE, um conceito de educação e ensino orientado para o Futuro, ancorado em recursos tecnológicos de última geração, visando a aquisição de competências que espelhassem uma fusão harmónica entre tecnologia e humanidade. A disciplina Projeto BYTE – Build Your Technological Element, que desde esse momento integra a oferta de escola do CCG para todos os alunos do 1.º ao 6.º ano de escolaridade, era apenas uma alavanca para algo mais abrangente. Abarcando todas as valências do colégio, desde a creche até ao 2.º ciclo, o Projeto BYTE adapta, em função de cada faixa etária, recursos e metodologias que promovem o desenvolvimento integral de cada aluno. É neste contexto que se desenvolvem as várias disciplinas próprias do colégio que integram saberes da ordem do Ser, do Estar e do Fazer, que visam desenvolver valores como o autoconhecimento, a autoestima e a autoexigência. O perfil do aluno CCG integra características que consideramos essenciais para o futuro como sejam a inteligência emocional, o espírito crítico, o brio, o respeito por si próprio e pelo outro. Ora, o contexto de educação e ensino à distância testou todas as aprendizagens e todas as metodologias que estavam em processo de consolidação. Acresceram ainda variáveis de cariz familiar que condicionaram fortemente o trabalho, os resultados e sobretudo o bem-estar das crianças e alunos que, de repente, se encontram numa casa que também é escola, convivendo com as vantagens e inconvenientes dessa indistinção de espaços. Sabe-se que este modelo de aulas on line descortinou clamorosamente todas as condicionantes geográficas, económicas e sociais que já existiam, revelando que as crianças e alunos das escolas privadas também não eram imunes aos efeitos deste novo paradigma. Não obstante os diferentes graus de impacto da pandemia nas famílias, o critério socioeconómico não é suficiente para mensurar as dificuldades associadas à nova gestão familiar, à falta de tempo, ao tempo que parecia não ter fim, à escassez de recursos e às fricções que o convívio intensivo trouxe a cada lar. Cada um vivenciou estes dias de acordo com as diversas contingências em que se encontrava mas as palavras de Mia Couto foram, ocasionalmente ou não, sentidas por todos nós: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco”. Edição 2021
Inflação: temporária ou persistente?
De acordo com o Tratado da União Europeia, o Banco Central Europeu (BCE), entidade que é responsável pela condução da política monetária da João Loureiro Professor da Faculdade de Economia do Porto e da Porto Business School Inflação: temporária ou persistente? De acordo com o Tratado da União Europeia, o Banco Central Europeu (BCE), entidade que é responsável pela condução da política monetária da Área do Euro (AE), tem como principal objetivo garantir a estabilidade dos preços pagos pelos consumidores na aquisição de bens e serviços. Estabilidade de preços não é, normalmente, interpretado como significando uma taxa de inflação zero, mas antes uma taxa de inflação com valor relativamente baixo. No caso do BCE, este definiu 2,0% como o valor de referência a observar no conjunto da AE. Até há alguns meses, o BCE considerava que o objetivo estaria a ser cumprido se a taxa de inflação da AE se cifrasse num valor “abaixo, mas próximo” de 2,0%. Mais recentemente, o BCE alterou um pouco o “wording” do objetivo, o qual é agora considerado como cumprido desde que a taxa de inflação se cifre “à volta de” 2,0%. Este novo enunciado permite que a taxa de inflação se cifre, temporariamente, tanto acima como abaixo do valor referência. Tal como tem acontecido em outras economias, recentemente a taxa de inflação da AE aumentou substancialmente. A taxa homóloga era em dezembro de 2020 de -0,3%, estimando- se que, em novembro de 2021, registe o valor de 4,9%, tendo subido consistentemente desde o passado mês de agosto. Face aos dados mais recentes da inflação e ao desvio significativo que se observa face ao objetivo de 2,0%, poder-se-á perguntar porque é que o BCE ainda não tomou qualquer iniciativa de política monetária para inverter a situação. A explicação é simples: porque os bancos centrais não devem reagir à inflação observada, mas antes à inflação que estimam que possa ocorrer no horizonte de 12 a 18 meses. Porquê? Porque aquele é o período de tempo que, normalmente, demora até que se observem os efeitos de alterações da política monetária. Por conseguinte, o BCE pode argumentar que, mesmo sem tomar qualquer iniciativa, daqui a um ano, ou um pouco mais, a taxa de inflação da AE terá voltado a cair para as proximidades de 2,0%. Isto é, pode considerar que estamos a observar fenómenos que fazem subir temporariamente a inflação, mas que tais fenómenos se dissiparão muito rapidamente e a inflação voltará para valores “normais”. Contudo, não é garantido que assim seja. Em particular, se a inflação que se observa no mercado de bens e serviços se transmitir ao mercado de trabalho (isto é, se os salários começarem a indexar à taxa de inflação), é muito provável que fenómenos que até podem ser temporários, acabem por ter impactos duradouros. Se a inflação alta persistir, não restará ao BCE outra alternativa que não seja “normalizar” a política monetária, isto é, terá que subir as taxas de juro do euro e deixar de criar tanta moeda, em particular por contrapartida da aquisição de títulos de dívida pública dos Estados- membros. Mas, nesse caso, os países com agentes económicos (Estado, famílias e empresas) muito endividados vão ter problemas. Esse é, infelizmente, o caso de Portugal. Edição 2021
Inovação e cooperação para gerar riqueza
A Região Norte é um dos principais distritos da indústria transformadora europeia. Aqui são fabricadas 40% das exportações nacionais, por uma força António Cunha Presidente da CCDR-N Inovação e cooperação para gerar riqueza A Região Norte é um dos principais distritos da indústria transformadora europeia. Aqui são fabricadas 40% das exportações nacionais, por uma força de trabalho competente que corresponde a 26% da população ativa da Região. No entanto, o valor acrescentado por trabalhador é cerca de 30% mais baixo que o da Região de Lisboa e Vale do Tejo e compara muito mal com os territórios de grande intensidade industrial do centro da Europa. A evolução da última década foi positiva. O perfil de especialização progrediu para produtos de maior complexidade e intensidade tecnológica, nomeadamente no setor da mobilidade, com perda de peso relativo nos sectores tradicionalmente mais importes, têxtil, vestuário e calçado, que também protagonizaram avanços significativos aos níveis tecnológico e de design de produtos. Vários projetos, com grandes e pequenas empresas, mostraram a capacidade dos tecidos económico-produtivo e científico-tecnológico da Região em se articularem em torno de processos transformadores, capazes de provocarem subidas efetivas e sustentáveis nas respetivas cadeias de valor. Exemplos sectoriais, como a grande e perene parceria o INESC TEC e indústria do calçado ou do notável número de projetos do CITEVE com a industria têxtil; os projetos colaborativos entre a Impetus e Fibrenamics ou a Bosch e a Universidade do Minho; bem como a instalação no Norte de Portugal de centros de I&D de multinacionais, como a BMW, em parceria com a Critical Software, a Vestas ou a Bosch; demostram qualidade e talento, provando que esse caminho – inovar e cooperar para gerar mais riqueza – é possível. De facto, este é um desígnio com que a Região está confrontada e que a permitirá ir ao encontrar de um futuro que garanta melhores rememorações às pessoas que aqui trabalham e vivem. Este é o caminho para a Região conseguir reter o seu melhor talento e atrair recursos humanos e financeiros adicionais, essenciais ao seu desenvolvimento. É o desígnio do seu principal setor de atividade económica – a indústria -, mas também de todos os outros, incluindo os vinhos e produtos da cadeia agroalimentar ou o turismo, cuja importância crescerá no futuro próximo. Para que essa desejada e essencial transformação aconteça é necessário evoluir mais rapidamente e de forma mais musculada em três dimensões complementares: i. A inovação e a cooperação entre as empresas e as instituições do sistema científico e tecnológico, têm que ser massificadas e tornarem-se práticas comuns. As empresas, assim como têm carteiras de fornecedores com quem desenvolvem parcerias e cumplicidades estratégicas, devem conhecer as instituições capazes de melhor responder ao seus desafios de inovação (da Região, nacionais ou estrangeiras), e com elas cooperar de forma regular. ii. As empresas devem assumir a inovação como elemento essencial da sua estratégia de diferenciação e afirmação nos respetivos mercados. A inovação deve estrar no caminho crítico da estratégia empresarial, sendo contraproducentes apostas em projetos de laterais, que nunca serão providos dos recursos humanos e financeiros adequados e, por isso, condenados ao fracasso. iii. As estratégias de inovação devem ser perspetivadas no contexto de uma visão lúcida de cadeia de valor o que, na maioria dos casos, recomenda uma aposta cooperativa com outras empresas dessa cadeia. Estas apostas tornam-se especialmente pertinentes no contexto da presente década, marcado pelos novos paradigmas, também na geração de valor, associados às transformações digital e energético-ambiental. Estes processos serão acompanhados pelo aumento da centralidade do talento humano, escasso e disputado, que deverá ser cada vez menos usado em tudo que a automação assegurar. Mas também está a abrir a oportunidade de grande crescimento da atividade industrial na Europa. Certamente que será uma nova indústria, diferente daquela que há duas décadas foi deslocalizada para Oriente, Será inteligente, criativa e sustentável, por isso, será inovadora, eficiente e de maior valor acrescentado. Edição 2021
Uma nova relação entre estado local e tecido empresarial
Hoje ninguém duvida que as empresas são atores principais no desenvolvimento dos territórios. Criam emprego, produzem riqueza, atraem pessoas Paulo Ramalho Vereador da CM Maia Uma nova relação entre estado local e tecido empresarial Hoje ninguém duvida que as empresas são atores principais no desenvolvimento dos territórios. Criam emprego, produzem riqueza, atraem pessoas e prestam importante contributo para a sustentabilidade da coisa pública. A Maia é disso um bom exemplo, de que todos nos orgulhamos. O tecido empresarial instalado no nosso território é desde alguns anos o maior exportador da Área Metropolitana do Porto e responsável pela disponibilidade de cerca de 65.000 postos de trabalho. Sendo que aproximadamente 10% das receitas correntes do nosso Município advêm mesmo de impostos pagos por essas empresas. Não é por acaso que os municípios mais atentos e com uma gestão autárquica mais exigente, possuem estruturas de captação de investimento e de apoio ao empresário. A nossa própria Câmara Municipal possui o “MaiaGo- Gabinete de Apoio ao Investimento”. Construir e disponibilizar infraestruturas de qualidade é um caminho importante para atrair e reter as boas unidades produtivas. Mas não é hoje suficiente. É preciso acompanhar de perto as necessidades e ambições das empresas, os seus desafios e angústias, é essencial responder em tempo útil. Hoje, tudo se passa de forma mais célere, os tempos de decisão tornaram-se mais curtos. A competição ganhou outra escala e frequentemente tudo se decide no detalhe. Daí que acima de tudo, é fundamental um novo olhar sobre o papel do tecido empresarial, perceber não só a sua dimensão económica, mas também a dimensão e responsabilidade social que as empresas hoje assumem e desempenham no território. É assim importante que se estabeleça uma nova relação entre o tecido empresarial e o Estado, designadamente o Local, assente em pressupostos de co-responsabilidade, mas também de cooperação. E nesta matéria, reconheçamos que os municípios têm dado bom exemplo, assumindo caminhos que vão muito para além do seu quadro legal de competências, mas que constituem respostas competentes aos novos desafios. Assim aconteceu recentemente no combate à pandemia, não só no domínio da saúde, mas também na adopção de medidas socioeconómicas que protegessem as famílias mais frágeis e as empresas mais afectadas. Aqui na Maia, ouvida a nossa associação empresarial, criamos mesmo um programa de apoio à economia local, com fundos municipais, direccionado às micro e pequenas empresas mais atingidas pelos diversos momentos de confinamento impostos pela pandemia, com um foco principal na protecção do emprego. Implementamos diversas acções de promoção e fomento do consumo junto do nosso comércio local e restauração, e que face aos resultados, são para continuar mesmo depois da pandemia. Recentemente, o nosso Município celebrou um protocolo com o Instituto Politécnico da Maia com vista à criação de um “Observatório das Empresas da Maia” que permita, entre outras coisas, a análise, caracterização, acompanhamento e evolução do tecido empresarial do concelho, para que possamos aceder a dados mais rigorosos nos nossos processos de decisão e os possamos também disponibilizar à própria comunidade empresarial. Este ano construímos também um Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo, em que ouvimos todos os atores do território, e que vai seguramente ser um instrumento muito importante de promoção da Maia e das suas potencialidades, e não tenho dúvidas, gerar um conjunto de boas e novas oportunidades para as empresas da Maia ligadas à fileira do turismo. Ainda no que diz respeito aos nossos produtos endógenos, iniciamos em parceria com a Associação Litoral Rural e com a Cooperativa Agrícola da Maia, um caminho de promoção e valorização do nosso território rural e da produção agrícola de qualidade que ainda aí se desenvolve em boa escala, e que estamos certos vai acrescentar valor não só à nossa economia, como também à atractividade do nosso território. Em suma, importante é perceber, que juntos, e trabalhando com todos os atores do território, é possível fazer muito mais e melhor. Edição 2021
Da tempestade à bonança
Um ano depois, cá estamos, novamente, nesta publicação que nos indica as empresas com melhores resultados financeiros no município da Maia. Inácio Fialho Almeida Administrador do TECMAIA Da tempestade à bonança Um ano depois, cá estamos, novamente, nesta publicação que nos indica as empresas com melhores resultados financeiros no município da Maia. A edição de 2021 da “1000 Maiores” espelha, como nunca, a resiliência de uma comunidade num dos períodos mais desafiantes e inolvidáveis da sua história. A pandemia da Covid-19, com especial impacto no nosso país a partir do mês de março de 2020, veio obrigar a um conjunto de regras de segurança e higiene à qual o TECMAIA não foi alheio. O Parque de Ciência e Tecnologia da Maia é, maioritariamente, constituído por empresas tecnológicas que têm todas as condições para colocar as suas equipas a trabalhar a partir de casa e foi mesmo isso que aconteceu logo no início das medidas de restrição. Aliás, a passagem para este regime de trabalho à distância veio ajudar a que não se tivesse registado qualquer surto, até hoje, deste vírus no campus, mas, por outro lado, esvaziou a vida que as pessoas das empresas instaladas emprestam diariamente à dinâmica do mesmo. Com esta nova realidade, foi preciso reagir e adaptar a marca para um nível de comunicação que continuasse não só a aumentar e a fidelizar a comunidade, mas, sobretudo, colocá-la ao serviço das pessoas num momento sem precedentes. Este processo teve três grandes objetivos: criar e disponibilizar conteúdo digital relevante com perspetivas acerca dos desafios provocados pela pandemia; ativar medidas de apoio financeiras às empresas e profissionais cujas actividade e faturação tivessem sido afetadas pela crise sanitária; colocar a marca como intermediária e facilitadora nas mais variadas ações solidárias para o combate, controlo e superação da pandemia. Para a concretização do primeiro objetivo, e com a otimização, desde 2018, da presença digital do TECMAIA através do site, redes sociais e email, foi possível continuar a levar o que de melhor se faz no parque em termos de inovação e tecnologia. Além disso, e dada a imposição de um contacto mais digital, estas ferramentas permitiram que se aproveitasse a oportunidade para produzir conteúdos originais e focados nas preocupações do momento. Destaque-se as “Vitaminas Digitais” onde manter o foco em tempos extraordinários foi o mote para uma grande iniciativa do TECMAIA que juntou especialistas do Marketing, da Comunicação, da Gestão Emocional, da Estratégia e da Gestão de Equipas. Este ciclo de dez conversas foi a primeira resposta da marca a um Mundo que ficou virado ao contrário e, ao longo dos dois primeiros meses de confinamento, mais de trezentas pessoas participaram em direto e perto de mil já recorreram ao podcast com o mesmo nome. Webinars sobre “O Futuro do Trabalho”, “As Empresas e os Incentivos em contexto de Pandemia”, “Reskilling e Upskilling” e “Saúde Mental no Trabalho”, foram pensados e produzidos para responder às dúvidas que a pandemia levantou e sobre como ficará o mercado de trabalho e os profissionais no final desta. Já a segunda edição do Fórum TECMAIA apontou aos “Desafios da Década” e não esqueceu o impacto da pandemia nas áreas da Tecnologia, da Ciência, do Território, da Saúde e das Pessoas. Integralmente digital, a sua perpetuação em podcast e e-book documenta bem a nossa preocupação com a comunidade e a construção de um futuro melhor, mais sustentável e integrador, aproveitando as oportunidades trazidas pela pandemia Em relação às medidas de apoio destinadas às empresas e profissionais, e estando o TECMAIA inserido no universo de gestão da Câmara Municipal da Maia, a comunidade beneficiou de medidas promovidas pelo executivo camarário. Abdicar da derrama de 2019 às empresas com volume de negócios inferior a €150.000, conceder moratórias aos contratos de aluguer de espaços e, em casos mais específicos, isentar o pagamento de renda, são três exemplos de um conjunto de três dezenas respostas firmes, e rápidas, à incerteza dos mercados. Já o terceiro objetivo foi atingido, tal como a pandemia proporcionou, com um grande sentido de partilha e vontade coletiva. De facto, o TECMAIA teve várias atitudes de impulso e mediação que envolveram empresas do parque e agentes da economia social. As mais significativas foram a promoção e distribuição gratuita de viseiras de proteção individual produzidas por empresas instaladas no parque; a associação da marca TECMAIA ao movimento tech4COVID19, o maior movimento criado por um grupo de fundadores da comunidade tecnológica portuguesa para combater a COVID-19; a participação no projeto School4All, promovido pela Câmara Municipal da Maia, em que muitas empresas instaladas e parceiras entregaram computadores e tablets aos alunos mais carenciados; o acolhimento de um posto de rastreio de imunidade à Covid-19. Cremos, convictamente, que o significado de termos conseguido, no meio da tempestade, manter altos os valores de procura de espaços de fixação de empresas, termos inaugurado um novo edifício e já estarmos a construir outro, seja a prova de reais tempos de bonança para esta comunidade que continua vibrante e na reta do sucesso. Edição 2021
As associações empresariais desenvolvem a sua ação… Ao serviço de quem?…
A AEBA existe já há mais 20 anos e sempre se empenhou nas respostas e no serviço às empresas. Foi criada com a ambição de ser um verdadeiro parceiro Alexandre Teixeira Presidente da AEBA As associações empresariais desenvolvem a sua ação… Ao serviço de quem?… A AEBA existe já há mais 20 anos e sempre se empenhou nas respostas e no serviço às empresas. Foi criada com a ambição de ser um verdadeiro parceiro do desenvolvimento económico no profundo respeito pelas empresas e pelos seus investimentos, procurando contribuir para o seu sucesso num compromisso de crescimento saudável e sustentável. A AEBA faz o seu percurso sempre do lado da estratégia económica e de investimento das empresas, construindo soluções que permitem aumentar negócios, reduzir custos, ajudar a obter e a adequar financiamentos. O trabalho desenvolvido ao nível da qualificação das pessoas, da cooperação, do empreendedorismo e da inovação expresso nos 29 serviços que disponibilizamos às empresas e às pessoas individuais enquanto empreendedores e profissionais colaboradores das empresas da região, corporizam a nossa proposta de valor. A nossa visão é que a AEBA possa ser o apoio natural e a escolha estratégica e de confiança das empresas da Região e por isso, no nosso dia a dia, disponibilizamos às empresas, com eficiência e simpatia, soluções completas e integradas de serviços de apoio ao seu desenvolvimento, que satisfaçam as necessidades e exigências de cada uma em particular e da região em geral. Esta é a nossa missão. Com esta prática em que os valores do rigor, da competência, do trabalho, da eficiência, da confiança, da honestidade e da simpatia estão sempre presentes, procuramos influenciar as políticas económicas para que sejam mais favoráveis ao desenvolvimento das empresas, ao bem estar social e à sustentabilidade. Este é o nosso projeto. Crescer e reforçar o nosso património associativo, ou seja crescer no apoio a mais empresas e a mais pessoas na Região do Baixo Ave. O nosso foco está bem definido: Trabalhamos e trabalharemos sempre ao serviço e na defesa genuína das empresas. A todas as empresas convidamos para aderirem à AEBA, pois a AEBA está “ao seu serviço, juntos a construir o futuro” e temos de garantir o melhor futuro, pois é nele que iremos viver! Edição 2021
Enfrentar o futuro com a mobilidade vertical
Vivemos num contexto de resiliência! Todos os setores empresariais enfrentaram – principalmente nos últimos 2 anos – um ambiente de incerteza e de Rui Pinheiro Diretor geral da Liftech S. A Enfrentar o futuro com a mobilidade vertical Vivemos num contexto de resiliência! Todos os setores empresariais enfrentaram – principalmente nos últimos 2 anos – um ambiente de incerteza e de capacidade de adaptação ímpar. E nunca é demais realçar a importância que a alteração da postura face aos desafios tem para o sucesso. Parafraseando Steve Jobs, “estou convencido de que metade do que separa os empreendedores bem-sucedidos dos não sucedidos, é pura perseverança”. E como é verdade esta citação, no panorama atual. Ser firme e consistente na adoção de boas práticas, no contexto empresarial, é fundamental para construir um futuro promissor. E na Liftech, bem perto de celebrarmos os 20 anos da empresa, sentimos que este é o caminho. Num momento em que é primordial para as empresas otimizarem os seus processos o mais possível – para potenciar a rentabilidade – a mobilidade vertical é uma área onde podem existir ganhos significativos em termos de eficiência de recursos e da rentabilização de tempo. Para além da óbvia rapidez com que é possível a movimentação de produtos entre vários pisos – sem desgaste físico dos colaboradores – a possibilidade da integração de equipamentos em processos industriais autónomos, permite um ganho relevante nos processos de produção. Tudo isto num ambiente seguro! No entanto, a mobilidade vertical não limita a sua atuação às soluções empresariais de transporte de cargas. As acessibilidades são um aspeto essencial pois afetam, diretamente, a vida de cada indivíduo. E na Liftech, sentimos que a aposta nesta área é cada vez maior! A disponibilização de meios para que todos possam aceder – em segurança – aos locais que necessitem no seu dia a dia é uma verdadeira questão de direitos humanos. O setor industrial, onde tudo acontece à medida das necessidades Diariamente, o sentimento de sermos colocados à prova faz-nos crescer e otimizar as nossas soluções em prol da performance e da eficiência. Nestes 20 anos, já perdemos a conta aos inúmeros desafios em que fomos postos à prova, dada a vasta gama de equipamentos que apresentamos ao mercado doméstico, público ou empresarial. Mas, é na área da indústria que as nossas competências são estimuladas ao limite, pois cada realidade é ímpar e necessita de soluções de mobilidade vertical que cumpram com as necessidades apresentadas. E quais os vetores comuns a todos os equipamentos? A robustez e a fiabilidade, pois nestes setores não há margem para erro. Cada segundo de paragem representa prejuízos para os nossos clientes. Entender a finalidade do sistema de elevação, a sua capacidade e a dimensão das cargas a transportar são primordiais para dar início a cada obra. Estas características vão ditar as regras! Assim foi em projetos como o Monta-cargas instalado na empresa Navigator, em Aveiro – onde colocamos um dos maiores equipamentos deste tipo em Portugal, com capacidade para 25 toneladas – ou na empresa J&J Teixeira, com Monta-cargas hidráulicos que permitem o transporte de carga até às 12 toneladas, sincronizados com unidades alimentadores automáticas. O arrojo aliado à inovação em busca de soluções de mobilidade que integrem a segurança, a funcionalidade e a estética, são importantes para o resultado final. O futuro é desafiante, mas as oportunidades surgem para os que não cruzam os braços e procuram fazer diferente. Se quer potenciar a mobilidade vertical na sua empresa, estamos cá para ajudar o seu negócio. Edição 2021
Um programa estratégico para a valorização da indústria portuguesa
O crescimento económico é, sem dúvida, o grande desafio que Portugal enfrenta. Nos últimos 20 anos, o nosso país Luís Miguel Ribeiro Presidente da AEP Um programa estratégico para a valorização da indústria portuguesa O crescimento económico é, sem dúvida, o grande desafio que Portugal enfrenta. Nos últimos 20 anos, o nosso país divergiu face ao nível de vida médio europeu, tendo sido ultrapassado por cinco países que aderiram mais tarde à União Europeia. Na década de 2000 fomos ultrapassados pela República Checa, Eslovénia e Malta e na década de 2010 pela Lituânia e Estónia. Portugal continuou a divergir no ano 2020 e este ano de 2021 será ultrapassado por mais dois países: a Hungria e a Polónia, segundo as previsões de outono da Comissão Europeia. Apesar de em 2022 as previsões apontarem para uma ligeira convergência, em 2023 seremos ultrapassados pela Roménia – recuando para a 22ª posição e tornando-nos, assim, o 6º país mais pobre da União Europeia, apenas acima da Letónia, Eslováquia, Croácia, Grécia e Bulgária. Este cenário concretizar-se-á se Portugal não conseguir elevar rapidamente o ritmo de crescimento face aos pares europeus, mas para se alcançar este desiderato é necessário ter ambição e implementar políticas públicas adequadas. Para isso, temos de atuar sobre a questão central da produtividade, que conduz à necessidade de mais investimento, em capital físico e em capital humano, isto é, na (re)qualificação das pessoas. Precisamos de investir em tecnologia, inovação e I&D, que constituem importantes determinantes de ganhos de produtividade e criação de valor. Precisamos de continuar a promover a partilha de conhecimento entre o Sistema Científico e Tecnológico e as empresas. Os indicadores do European Innovation Scordeboard continuam a demonstrar que há ainda muito a fazer. A baixa qualificação dos ativos (empregados e empregadores), surge agora com relevância acrescida, para dar resposta à dupla transição digital e climática e aos processos de inovação. Com redobrada preocupação, as qualificações são ainda mais baixas no caso da indústria transformadora, o que é muito penalizador tendo em conta a necessidade da reindustrialização do país. Precisamos de uma estratégia de valorização do setor industrial que permita inverter o baixo peso da indústria transformadora no VAB e no investimento, que muito condiciona um crescimento económico robusto e duradouro. A AEP apresentou em 2020 um Programa Estratégico para a Valorização da Indústria Portuguesa, intitulado: Portugal Industrial 5.0 (PT i 5.0), que estabelece a meta de, numa década, aumentar o peso do VAB industrial no VAB total da economia a uma média de um ponto percentual ao ano, concretizada através da atuação nas dimensões tecnológica; Competências, Eficiência Empresarial, Financeira e na Capacitação das Entidades Associativas de Apoio à Indústria. Esta é claramente uma estratégia acertada, pelo impacto muito significativo que tem na criação de emprego, no aumento do investimento em tecnologia inovadora, no aumento da intensidade exportadora da economia, na melhoria do saldo externo, pelo aumento de exportações e, simultaneamente, pela substituição de importações, Na promoção da circularidade e descarbonização da economia, tendo em vista o desafio da transição climática, na redução da dependência de alguns mercados externos relativamente a determinadas matérias-primas e produtos, que hoje se revela um enorme constrangimento, face às perturbações nas cadeias de fornecimento globais, onde estamos a assistir a um acréscimo brutal de preços, que agravam os custos de produção e que, no limite, impedem as empresas de laborar. Naturalmente, uma boa eficácia de um programa estratégico para a indústria exige, em complementaridade, uma envolvente favorável ao desenvolvimento dos negócios. Dos contactos permanentes que tenho com as empresas e nos inquéritos mensais que realizamos na AEP, entre os principais constrangimentos reportados destacam-se: a enorme carga fiscal; a elevada e crescente burocracia; as dificuldades de acesso ao crédito; os incipientes instrumentos para resolver o problema da baixa capitalização das empresas; a baixa qualificação dos ativos e a crescente falta de mão-de-obra especializada; a morosidade e complexidade da Justiça e do seu funcionamento; e a legislação laboral rígida e desajustada a um mercado de trabalho em acelerada transformação. É, pois, desejável que as políticas públicas atendam às preocupações dos empresários e aos alertas das instituições internacionais. Acredito que sem existir uma aposta clara e inequívoca nos fatores que acima enuncio, dificilmente o país consumará o objetivo de crescer, criando riqueza, emprego e uma sustentabilidade para as futuras gerações. Edição 2021
Ano de resiliência
Em fevereiro de 2020, o Mundo foi abalado pela explosão global da pandemia de COVID-19 que teve o seu epicentro em Wuhan, na China nos finais António Silva Tiago Presidente da Câmara Municipal da Maia Ano de resiliência Em fevereiro de 2020, o Mundo foi abalado pela explosão global da pandemia de COVID-19 que teve o seu epicentro em Wuhan, na China nos finais de 2019, tornando-se primeiro numa epidemia que foi alastrando no território do gigante asiático, até se disseminar por todo o lado, nos quatro cantos do Planeta. Nunca antes houve um fenómeno tão avassalador que fosse suficientemente impactante para que a Humanidade tomasse consciência da magnitude do processo de globalização que remonta a tempos imemoriais, desde que a ambição do Homem se projetou para além dos horizontes que a sua vista alcançava. Processo que tem na gesta dos descobrimentos portugueses um impulso invulgar, tendo em conta o conhecimento e os recursos existentes à época, facto determinante para que os navegadores lusos tivessem empreendido um esforço de inovação tecnológica invulgar no seu tempo, revelando-se particularmente ousado na Arte de Navegar, posto que o Mar era a estrada que os levou às geografias mais recônditas do globo. Trago à colação esta passagem da História de Portugal, precisamente porque nos narra uma epopeia em que os portugueses, face aos tremendos desafios que tiveram de vencer e dificuldades com que tiveram de arrostar, se agigantaram na sua resiliência, enfrentando o desconhecido e toda a sorte de imprevistos, sempre motivados pela ambição de descobrir um Mundo Novo. A história serve-nos sempre, não apenas para nos orgulharmos dos feitos e procurarmos encontrar neles um sentido para a nossa pertença, mas também para buscar traços identitários que caraterizam o nosso ADN cultural, que segundo a narrativa dos cronistas e do Príncipe dos Poetas, na sua Obra-Prima “Os Lusíadas”, tem na essência da sua substância, precisamente, uma capacidade de resiliência quase ilimitada. Desde o início da pandemia, vivi muito de perto, no terreno mesmo, a forma como a comunidade concelhia da Maia enfrentou este fenómeno sanitário global, registando com particular agrado e orgulho, o espírito de generosa solidariedade que esteve na génese da resposta às múltiplas necessidades que, de um momento para o outro, se geraram e às quais, juntos, demos resposta adequada e eficaz. Uma resposta que se traduziu na proteção dos mais vulneráveis, principalmente dos idosos institucionalizados, mas também dos que vivem nas suas próprias casas, auxiliando-os na manutenção do seu quotidiano, dando-lhes suporte nas rotinas diárias, fosse na compra de bens essenciais, de medicamentos ou nos cuidados com os seus animais de estimação, para além, é claro, das diversas operações de transferência de idosos para hotéis de 4 estrelas, procurando colocá-los a salvo de possíveis contaminações de grupo nos seus lares. A par desta extraordinária mobilização que ocorreu prontamente, quer por parte da organização que corporiza o universo municipal, como por toda a sociedade civil maiata, houve igualmente uma resposta muito resiliente no seio do ecossistema que constitui a nossa economia local, adaptando-se com enorme criatividade e imaginação às circunstâncias conjunturais que a pandemia impôs. Mas nesse contexto do nosso ecossistema económico, o maior impacto foi sentido pelas micro, pequenas e médias empresas, que apesar de se terem reinventado, precisavam de ser apoiadas com medidas desenhadas à sua dimensão estrutural. Atenta à realidade social e económica sentida no território, a Câmara Municipal desenvolveu um conjunto de medidas de apoio à comunidade, cujo esforço financeiro ascendeu a mais de 5 milhões de euros, sendo uma parte significativa desse esforço, dedicada ao apoio direto à economia local, financiando diretamente as empresas que se candidataram ao Programa Extraordinário de Apoio Direto à Economia Local (PEADEL), que complementou outras medidas, como a redução e isenção de taxas, abrangendo também os tarifários de diversos serviços prestados pelo Município da Maia, desde o fornecimento de água, à recolha de resíduos, entre outros apoios diretos que foram disponibilizados. É claro que, estou absolutamente ciente disso, todos esses apoios foram muito importantes para quem, nas famílias e nas empresas, se viu a braços com uma crise que as abalou profundamente, mas esses apoios de nada teriam valido se não existisse no seu seio, pessoas cuja resiliência tem sido o fermento da superação e da esperança. Não me restam quaisquer dúvidas que todos sairemos desta terrível pandemia, mais fortes, mais determinados e ainda mais resilientes do que nunca, olhando o futuro com a confiança que a experiência que estamos a viver nos dá para enfrentar melhor os imprevistos e eventuais tormentas que o Devir nos possa reservar. Edição 2021